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sábado, 20 de abril de 2013

Desenvolvimento Sustentável: A Institucionalização de um Conceito


Esta publicação de 2002 ajuda a entender o conceito de desenvolvimento sustentável com o qual nos deparamos hoje a todo o momento, em qualquer lugar e sob muitas roupagens. Pela Edições IBAMA, e organizado por Marcos Nobre e Maurício de Carvalho Amazonas, o texto aprofunda, em certo ponto demasiado retórico, na teia de relações institucionais que culminaram na atual configuração do conceito universal de DS.

O conceito de desenvolvimento sustentável apareceu provavelmente em 1979, no Simpósio das Nações Unidas sobre Inter-relações entre Recursos, Ambiente e Desenvolvimento. Embora sejam vários, e bem explorados nesta publicação, os pontapés iniciais para a utilização do conceito de DS. Em linhas gerais este período marca a ruptura e um avanço, do ponto de vista institucional, da questão ambiental no mundo.

O movimento verde que antes focava apenas nos processos ecológicos e biológicos de preservação dos seres vivos; ganha agora uma conotação mais abrangente e controversa com temas como população e urbanização, política, economia, guerra, armamentos, etc.

Deste período até a realização da ECO-92, aprofundou-se o debate sobre alteração da própria estrutura da demanda econômica para fins de manutenção da humanidade. E este debate é o que temos hoje, sob diferentes matizes e correntes de pensamento que, no entanto, podem gerar consenso em relação à questão ambiental.

O livro explora o conflito entre a discussão em torno de um chamado desenvolvimento sustentável (DS) e a própria teoria, dominante, da economia neoclássica do bem-estar (welfare economics). Conforme os fundamentos básicos da economia neoclássica, a apropriação dos recursos não renováveis se dá sob o prisma do utilitarismo-individualista. A questão ambiental, no entanto, ultrapassa o âmbito do mercado, vislumbrando um tipo de ética transgeracional, a qual os teóricos da economia neoclássica são míopes. Com desenvolvimento sustentável deve-se ler, no final das contas, desenvolvimento para onde? 
Desenvolvimento como e para quem? Certamente não ao preço tão caro do mal-estar das gerações presentes e futuras.

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