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domingo, 24 de fevereiro de 2013

As Árvores Inúteis – Parte II

Foto do jornal Correio do Povo

A derrubada de árvores para alargamento da Av. João Goulart/Edvaldo Pereira Paiva, em frente ao Gasômetro em Porto alegre, ocorrida dia 07/02, segue se desdobrando em discussões públicas (Por que não antes???). No último dia 19 ocorreu uma oitiva de integrantes da prefeitura aberta para a participação da comunidade. Nela estiveram presentes os promotores Fábio Sbardelotto (Justiça de Defesa da Ordem Urbanística) e Alexandre Spaltz (Meio-Ambiente), que conduziram a coleta de depoimentos que darão início ao inquérito civil público sobre o corte de árvores. Os principais ouvidos pelos promotores foram o biólogo João Roberto Meira, chefe da Equipe de Estudos do Ambiente Natural da Smam e a arquiteta Carla Meinecke, gerente de Planejamento de Trânsito da EPTC. Também estiveram presentes os secretários de Obras e Viação, Mauro Zacher, e do Meio-Ambiente, Luis Fernando Zachia, ambos de participação quase nula na audiência.
Oito vereadores e muitos cidadãos compareceram e questionaram bastante os representantes do executivo, causando repetidas interrupções na sessão, que originalmente possuía o objetivo de o Ministério Público ouvir os técnicos responsáveis pela execução da obra.

Carla Meinecke foi quem respondeu aos questionamentos a respeito da alternativa de se construir uma passagem de nível (Ou Passagem Subterrânea Viária) igual a existente entre as avenidas Aparício Borges e Teresópolis (Terceira Perimetral) e como a que começou a ser construída no cruzamento da Rua Anita Garibaldi com Av. Carlos Gomes, como forma de gerar menor impacto ambiental não conflitando com a criação do Parque do Gasômetro, que esta prevista no Plano Diretor da capital, mas não possui lei que autorize a criação. Esse parque ligaria a Praça Julio Mesquita com a Orla do Guaíba e o Parque da Harmonia. A justificativa foi que a obra possui custo muito elevado e é vulnerável a possíveis enchentes por estar muito próxima ao lago Guaíba, o que causaria interrupção do fluxo e transtorno ao trânsito.

Com relação à compensação pelo corte das 115 árvores, João Roberto Meira afirmou que está previsto o plantio de 400 mudas de espécies nativas na região central da cidade e, que não haverá a transferência das espécies exóticas que serão cortadas, por serem invasoras e nocivas à biodiversidade nativa.
                       
Segundo o site Sul21: “O MP pediu garantias de que a compensação vegetal não será trocada por equipamentos como a Smam vem fazendo em outros licenciamentos, mas o biólogo não foi conclusivo na resposta. Ele também não soube responder detalhes sobre o impacto da queda das árvores na fauna, mas garantiu que estudos sobre isto foram efetuados. Meira explicou, por exemplo, que a legislação determina que se houver um ninho em uma árvore, ela só pode ser derrubada depois que o ninho não estiver mais sendo utilizado pelos pássaros.”

Enquanto isso, o corte segue suspenso.

Foto do site www.sul21.com.br
E no final de todos esses debates envolvendo obras urbanísticas públicas x impactos ambientais, conseguimos notar a desconexão de tantos projetos para a cidade, que só evoluem quando há fortes interesses pró, com pouca ou sem nenhuma resistência da comunidade. Mas é com exemplos como o do polêmico projeto do Pontal do Estaleiro em 2008 e com este das “Árvores inúteis do prefeito”, que vemos o quanto é saudável a efetiva participação popular no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável de suas cidades.


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Cinquenta Tons mais Escuros de Poluição, por Eduardo de Almeida



Água, monóxido de dihidrogênio, hidróxido de hidrogênio, óxido de hidrogênio ou ácido hidroxílico, independentemente do nome sua forma molecular é H2O, isto é, duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio, é a fonte universal de vida, afinal sem a presença desse elemento nada o que conhecemos como seres vivos existiriam. Por exemplo, o ser humano tem algo em torno de 70% de sua constituição de água em outros seres vivos essa concentração pode chegar até próximo a 99%. Associamos a água sempre há um de seus estados, o líquido, mas devemos lembrar que ela pode ser sólida ou gasosa. No estado sólido lembramos logo das regiões dos polos norte e sul do planeta Terra, de grandes geleiras, ou a ameaçada Groelândia pelo fenômeno do aquecimento global e nos reportarmos para uma das fases da história da Terra, as conhecidas eras do gelo, atualmente essas regiões de gelo ocupam algo em torno de 10% do planeta, mas em outras épocas por volta de 20 mil anos atrás ocorreu à última, onde 30% das terras e mais de 30% dos oceanos estavam congelados, Já no estado gasoso tem sua importância no ciclo hidrológico, afinal é nesse estado, graças à evaporação e transpiração ou na união de ambas na evapotranspiração que ela alcança a camada da troposfera, lugar onde os fenômenos climáticos ocorrem, nessa camada com maior distância de 13 quilômetros do solo, aonde a água em forma de vapor chega, formando os aerossóis que denominamos de nuvens e através disso contribuem com a precipitação na Terra.
Mas essa água de três características principais e inconfundíveis atribuídas a sua transparência e suas singularidades de odor e sabor, isto é, as tais incolor, insipida e inodora, mas pergunto é isso que verificamos atualmente em rios e lagos? Dois processos distintos, mas que se complementam e contribuem ambos para que a água tenha sua qualidade afetada,  primeiramente pela contaminação, que é tornar uma substância suja, prejudicial ou impura pela adição de outra substância. Mas quem é essa substância indesejável que torna a água imprópria para a vida, essa se denominou de contaminante, dependendo da concentração desse a parte viva, isto é, a biótica do ecossistema aquático ainda consegue se estabelecer, graças sua capacidade de resiliência, mas a questão que preocupa é quanto o contaminante transforma-se em um poluente, substância que é prejudicial e tóxica à vida dos seres vivos, alterando também a parte abiótica da água, isto é, porção não viva onde estão os elementos químicos que constituem essa importante substância da vida, transformando a contaminação em poluição, onde uma mudança indesejável no ambiente ocorre com a introdução de concentrações exageradamente altas de substâncias prejudiciais ou perigosas.
Existe a poluição natural que ocorre no caso de uma erupção vulcânica, lançando substâncias na atmosfera ou no caso de seres que morrem no meio aquático, até por excrementos de animais no solo ou na água. Mas a ação humana acaba por colocar cinquenta tons mais escuros de poluição, nas límpidas águas do planeta. O homem contribui com a degradação ambiental global, lançando o que denominamos de poluentes primários, isto é, substâncias que são prejudiciais quando emitidas diretamente no ambiente, exemplo disso é o monóxido de carbono na atmosfera ou lançamento ou vazamento de petróleo ou óleo na água.
Água nosso recurso natural mais abundante, mas também mais ameaçado, aproximadamente são mais de 1400  milhões Km³ existentes no planeta Terra, mas apenas por volta de 2, 8% estão disponível na forma de água doce, sendo o restante em sua quase totalidade de águas salinas ou salobra. Para melhor compreender, é possível comparar a 1000 litros, onde 975 litros seriam os oceanos equivalendo 97,5% desse total e por volta de 150 mililitros estão o que seriam os rios e lagos equivalendo algo de 0,015%. O Brasil é detentor a nível mundial de 12% da água doce disponível no mundo, mas desse total brasileiro de 12%, informo que 9,5% está na região amazônica do país, onde apenas se concentra 5% da população e dos 2,5% do total restante da água nacional está nas demais regiões onde 95% da população brasileira habita.
Com esse cenário no Brasil, a cidade de Porto Alegre, é um exemplo na busca de soluções, está concluindo o Programa integrado Sociombiental (Pisa), tratando o esgoto da população da capital gaúcha, e consequentemente buscando a qualidade da água doce disponível para o consumo, com a nova Estação de Tratamento de Esgotos da Serraria serão tratados os detritos coletados nas bacias dos arroios Dilúvio, Cavalhada, Capivara e do Salso, assim trazendo novamente a qualidade das águas desses importantes corpos de água que contribuem com o Lago Guaíba. Devemos unir a data do Dia de Combate a Poluição no dia 14 de agosto, onde se dedica uma reflexão e a busca de soluções contra a poluição atmosférica, hídrica, do solo, sonora, visível, térmica e luminosa, com o dia 22 de março dia Mundial da Água, e buscar cada vez mais tons claros para nossas águas.

Postado originalmente no Blog http://profeduardodealmeida.blogspot.com.br por Prof. Eduardo de Almeida (Ambientalista, Biólogo, Consultor, Palestrante) 
 

TV Record testa espuma usada em boate e constata fácil combustão

A TV Record fez nesta semana um teste com a espuma usada para isolamento acústico na boate Kiss, que, ao queimar, provocou a morte de mais de 230 jovens em 27 de janeiro. Depois de adquirir o poliuretano com facilidade no mercado, o material foi levado para teste, providenciado por um bombeiro. No mesmo procedimento, foram testados também outros materiais utilizados para isolar o som, de melhor qualidade. A reportagem constatou que a espuma queimou com muita velocidade e levantou, em poucos minutos, a fumaça tóxica que seria responsável pela morte dos jovens na casa noturna em Santa Maria.

Correio do Povo - 06/02/2013 - opiniao@correiodopovo.com.br

Sugestão de postagem: David Monteiro

Porto Alegre (ainda) é segunda capital com maior área rural no país


Porto Alegre ainda é a segunda capital brasileira com maior área rural. Já existem roteiros turísticos e de educação ambiental na capital gaúcha que poderiam ser melhor explorados. Seria inteligente, inclusive, uma parceria consolidada da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam) com a Secretaria Municipal de Turismo na exploração deste potencial para a Copa do Mundo de 2014. Ainda há tempo!

Uma iniciativa importante é a do InGá - Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais. São estudos e análises que devem ser valorizados pelas escolas, universidades, empresas e população em geral.

Texto informativo do InGá:
“Porto Alegre possui mais de 80 tipos de frutas nativas, diversas já reconhecidas como alimento. Entretanto, em grande parte permanecem desconhecidas pela maioria da população. O InGá-Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais – busca trazer informações sobre a grande variedade das frutas, seu potencial de uso e importância em áreas naturais.”

As Árvores Inúteis

O corte de dezenas de árvores na avenida João Goulart, em frente à Usina do Gasômetro, foi justificado pelo prefeito de Porto Alegre.

Foto do jornal ZH
A frase do prefeito José Fotunati atenta para a suposta falta de lógica dos ambientalistas ou simples amantes da natureza: “As pessoas não usam essas árvores.” (Hein???)
Adequar as obras da Copa à existência de inúteis árvores que não saem do lugar e insistem em atrapalhar o cronograma da FIFA, seria mesmo um trabalho absurdo. Mais fácil foi entregá-las ao impiedoso ronco das motosserras.


As árvores fazem coro com o Ultraje a Rigor na música Inútil

Para surpresa das autoridades municipais, estas árvores mesmo sem falar nenhuma palavra, já haviam feito algumas amizades na redondeza: entidades ambientalisas (AGAPAN e outras), moradores do entorno, frequentadores da Usina do Gasômetro, etc. 

Leia mais em http://agapan.blogspot.com.br - AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural
Última atualização sobre o tema:
O corte das árvores foi suspenso temporariamente em função de audiências públicas sobre o assunto.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

PREVENÇÃO CONTRA DESASTRES NATURAIS



Valter Campanato-ABr (http://novohamburgo.org)
É um lugar comum escutar na boca do povo que só há prevenção depois de tragédias horríveis e muitas vidas perdidas. E, infelizmente, nem sempre são tomadas as medidas adequadas mesmo após desastres como previsíveis desmoronamentos de moradias em encostas de morros. Os exemplos recentes são fáceis: desabamentos em Novo Hamburgo (RS), Santa Catarina, Rio de Janeiro, etc.

Desastres naturais previsíveis que, sem a devida prevenção, tornam-se tragédias recorrentes. Políticas e monitoramento, prevenção e ações contra desastres naturais, estiveram na pauta do Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília.

Há um mapeamento de 821 municípios com maior risco. Conforme o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, já existe R$ 20 bilhões em investimentos no âmbito da Defesa Civil.

A lei 12.608/12 é o marco regulatório das ações de prevenção. Caberá às prefeituras mapear os riscos, encaminhar projetos e executá-los sem que os recursos fiquem perdidos pelo caminho. E caberá principalmente à população o dever de fiscalização e denúncia. Visto que sem a participação popular jamais haverá uma aplicação correta dos recursos disponíveis.


No Âmbito Econômico, o Risco no Faturamento das Empresas Motiva Pesquisa das ONGs Accenture e Carbon Disclosure Project CDP sobre Mudanças Climáticas



 http://noticias.bol.uol.com.br
A pesquisa "Redução de Riscos e Direcionamento no Valor dos Negócios", escutou 2.415 companhias em todo o mundo. Os dados apontam que 70% das empresas pesquisadas demonstram preocupação com as mudanças climáticas globais.
The New York Times
Há cada um destes eventos somam-se prejuízos a cadeia produtiva do mercado global: da alimentação às montadoras de automóveis e alta tecnologia. Apesar da aparente preocupação, apenas 678 empresas de um total de 2.415 pesquisadas admitem iniciativas de redução de emissões de carbono. Políticas nacionais de redução de emissões de carbono são cada vez mais necessárias. Apesar disso, a pesquisa também aponta que há entre os entrevistados uma tendência em valorizar a iniciativa própria em detrimento das políticas nacionais onde quer que elas existam sobre emissões de carbono.