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domingo, 7 de abril de 2013

A Insustentabilidade do Modelo Político e Social segundo Pesquisa IDH 2013


O Brasil segue na vergonhosa 85ª posição na pesquisa IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) em contraponto ao fato de sermos a sexta maior economia do mundo. Se há avanços na renda de parte da população, também existe um forte programa de maquiagem da verdadeira situação da maior parte da população alijada do alardeado (e real) crescimento econômico do país.
Mas o Brasil ainda engatinha em termos de saneamento básico, por exemplo.
A maior parte da população sobrevive sem tratamento de esgoto em suas comunidades. Com a proliferação de ratos e doenças. Isto não é condizente com a sexta maior economia do mundo.

Fontes das imagens: www.ceticismo.net, www.istoepiaui.blogspot.com.br, www.memoriasdeumarevolucionaria.blogspot.com.br, www.focandoanoticia.com.br, www.educador.brasilescola.com

Alguns dos itens avaliados pela pesquisa IDH:

* Saneamento básico
* Violência urbana e rural
* Distribuição de renda
* Educação fundamental


O senso comum diz que com uma arrecadação desse porte, nas costas (largas) de nós contribuintes, deveríamos usufruir, no mínimo, de uma qualidade de vida muito mais elevada.

Impostômetro - Fonte: www.infomoney.com.br
Mas quem liga pro deturpado “senso comum”?

Foto arquivo AmbienteMaiss (Leonardo Jaques)
Quem não possui um plano de saúde privado, pode constatar facilmente em qualquer emergência do SUS, que há alguma coisa errada com a aplicação do dinheiro do contribuinte.
Casos como o da prefeitura de Sobral, a 240 quilômetros de Fortaleza-CE, que inaugurou um hospital público (inconcluso) com show da Ivete Sangalo pagando um cachê de 650 mil reais, não condiz, certamente, com um país que é a sexta economia do mundo. Condiz mais com uma republiqueta de bananas administrada por Honoráveis Bandidos.

Livro de Palmerio Doria, Editora: Geracao
O alto nível de corrupção (ou desperdício do dinheiro público, como no caso da inauguração do hospital inconcluso em Sobral) caminha junto com o alto índice de arrecadação.
Então estes fatores são utilizados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para realização da pesquisa IDH 2013. Estes dados foram contestados pelo governo federal, que contrapõe com outras pesquisas favoráveis, válidas ou não.

Cada um de nós que faça a sua própria avaliação.

Frisamos, no entanto, que as administrações anteriores ao governo Lula não foram melhores nos quesitos avaliados pela pesquisa IDH. Aliás, seria desnecessário dizer que se trata de um processo histórico.
Um programa político desburocratizado, não meramente retórico, com planejamento socioambiental estratégico; ao invés de criticar os dados do IDH utilizá-los-ia como um exame médico é utilizado por uma equipe pré-cirúrgica para curar a doença que se alastra no organismo. E não duvidar do exame.


ALTAMIRA, NO PARÁ, COMO EXEMPLO DO PROJETO DE CRESCIMENTO DICOTÔMICO BRASILEIRO

Imagem do filme Belo Monte, anúncio de uma guerra
Dentro do contexto do texto anterior, compartilhamos aqui dois trechos do site do Greenpeace (www.greenpeace.org) sobre o “disparate econômico” da mega hidrelétrica de Belo Monte e o crescimento (inchaço) populacional da cidade de Altamira, no Pará, em função de Belo Monte, sem que haja no entanto, investimentos em infraestrutura como hospitais, escolas, segurança e saneamento básico.


(...) “Se sair do papel, Belo Monte será ao mesmo tempo um disparate econômico, um crime social e ambiental e uma mancha na história do Brasil. O projeto ecoa um modelo de desenvolvimento velho, que o país não deve nem precisa investir, tendo em vista que é absolutamente possível gerar a mesma quantidade de energia com impactos infinitamente menores. 
“Belo Monte é o exemplo do que há de mais atrasado no Brasil, é replicar o antigo molde energético que beneficia poucos à custa de uma destruição socioambiental imensa”, diz Sergio Leitão, diretor de Campanhas do Greenpeace. “Defender Belo Monte significa olhar o desenvolvimento do país pelo espelho retrovisor. O Brasil de hoje e do futuro podem seguir um caminho que una segurança energética, crescimento econômico e respeito ao ambiente e às pessoas.”
O custo inicial previsto pelo governo para a obra, R$ 7 bilhões (valor esse já revisado – para cima, obviamente – agora em R$ 19 bilhões), seria suficiente para formar um parque eólico equivalente a Itaipu. Ou seja, em vez de o BNDES bancar 80% desse projeto, como promete fazer, poderia aplicar os recursos dos brasileiros de maneira muito mais inteligente.”

Uma observação: este texto do Greenpeace é de 2010, portanto, desatualizado em alguns dados, sendo que Belo Monte já saiu do papel e a previsão de custo atual da hidrelétrica de Belo Monte já anda na casa dos 30 bilhões. 

"Belo Monte e seu rastro de caos e destruição

Notícia - 17 - abril - 2012
As consequências desta obra começam a ser sentidas em Altamira, uma das cidades mais afetadas pelo caos que se instalou devido à falta de infraestrutura. Crianças estão estudando dentro de contêineres, o sistema de saúde é deficiente, o tratamento de água é algo raro por lá e doenças como diarreias e verminoses se alastram. O preço da cesta básica disparou. No entanto, o Consórcio Norte Energia se comprometeu a fazer investimentos para que esses impactos fossem minimizados, mas até agora tudo não passou de promessa.
Um dos argumentos favoráveis à Belo Monte que mais se ouve em Altamira é de que as barragens levarão desenvolvimento para a região. Mas Dom Erwin Kräutler, bispo do Xingu e presidente do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) tem outra concepção a respeito: “Ao meu ver, desenvolvimento é quando o ser humano é colocado no centro da questão. E não é o que tem acontecido aqui. Não há leitos novos no hospital, os barrageiros ganham no máximo R$ 1 mil, vivemos na capital da dengue e da malária. Desenvolvimento ocorre quando se melhora a qualidade de vida da população.”
Há a previsão de que Belo Monte venha desalojar entre 30 mil e 40 mil pessoas. Os futuros afetados são moradores dos municípios do entorno, ribeirinhos, extrativistas, indígenas e quilombolas. Isto acontecerá porque  a obra pode alagar uma área de 516 km2. Em contrapartida, devido à forte migração, a população atual, que está em torno de 109 mil pessoas, pode chegar a 200 mil habitantes já em 2013.
“No caso desta hidrelétrica, os estudos de impactos sociais e ambientais apresentados até o momento estão claramente subdimensionados. As condicionantes são desrespeitadas e não cumpridas. Os povos afetados reclamam que estão sendo ignorados. O desrespeito é generalizado, mas mesmo assim o ritmo de construção da usina está cada dia mais acelerado. Para eles, o meio ambiente e as pessoas são o que menos importam”, pontua Marcio Astrini, da Campanha da Amazônia do Greenpeace.”

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