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sábado, 22 de março de 2014

FUKUSHIMA: UM DESASTRE CONTINUADO

Imagens de www.revistaescola.abril.com.br e www.terra.com.br
Dia 11 de março, no Japão, o protesto antinuclear convocado por uma plataforma de ONGs e agrupamentos cívicos lembrou os três anos do acidente na Central de Fukushima, provocado por um terremoto, causando mortes e consequências ambientais ainda não completamente quantificadas. O protesto seguiu do parque Hibya até a sede do Parlamento Japonês.

A crise está longe de ser resolvida, e países como Alemanha já reconheceram a aposta equivocada na geração de energia atômica. Desde o acidente em Fukushima, o país europeu já desativou 7 de suas usinas nucleares e aumentou a importação de gás dos russos.

Esta questão, certamente, interfere em assuntos como as sanções que o Ocidente pretende impor à Rússia em relação à crise da Ucrânia, por exemplo. Sendo 40% do gás da Alemanha fornecido pela Rússia, parte de um comércio bilateral de cerca de US$ 106 bilhões, a retórica sobre sanções dificilmente avançará um determinado limite, apesar do apelo da comunidade internacional capitaneado pelos Estados Unidos.

Segue uma breve retrospectiva dos desdobramentos pouco divulgados de vazamentos de água radioativa somente entre final de 2013 e início deste ano.

Novembro de 2013

Na metade de novembro de 2013 foi noticiado um novo vazamento na central nuclear de Fukushima, com índice considerado elevado. A Tokyo Electric Power (Tepco), empresa que administra a central nuclear de Fukushima, anunciou que pretende demitir mil funcionários dentro de um programa voluntário para reduzir gastos, em troca de uma ajuda financeira adicional do governo.

19.11.2013

A Tepco anuncia que finalizou, sem incidentes, o segundo dia da retirada de combustível nuclear da piscina do reator 4. A operação visou a retirada de 1.533 pacotes de barras de urânio e de plutônio armazenados.

21.11.2013

Concluída a remoção dos primeiros bastões de combustível que estavam em um tanque de resfriamento de um reator danificado. A Tepco ainda terá de retirar outras 1,5 mil peças potencialmente danificadas.

Dezembro de 2013

Novo vazamento de 1,8 toneladas de água radioativa é detectado em Fukushima, através de rachaduras nas barreiras que rodeiam os tanques para armazenar líquido contaminado. A operadora (Tepco) acredita que não há riscos de chegar ao oceano.

Janeiro de 2014

Uma equipe de cientistas nucleares do Japão pretende criar um derretimento controlado de um reator nuclear como forma de tentar aprender a lidar com futuros desastres como o de 2011.
A Agencia de Energia Atômica do Japão declarou que está trabalhando em um projeto usando uma versão em escala reduzida de um reator, e que criará, deliberadamente, um mau funcionamento no mesmo centro de pesquisa, em Ibaraki, ao norte de Tóquio.

Fevereiro de 2014     

Outro vazamento de mais de cem toneladas de água radioativa em um tanque que, segundo a Tepco, não chegou ao mar. Mas como saber a verdadeira situação e quanta água radioativa pode estar escorrendo para o mar?

Março de 2014

Em meio aos protestos antinucleares, e após três anos do acidente, repórteres tiveram acesso ao local pela primeira vez, sem evidenciar qualquer tipo de progresso nas tarefas de controlar os danos causados. Nos arredores da Central Nuclear, ainda há uma área proibida ao público devido aos altos índices de radioatividade. Milhares de pessoas trabalham construindo tanques para proteger a água contaminada. Apesar disso, as dezenas de milhares de pessoas desalojadas de suas residências não têm notícias promissoras e é provável que jamais voltem para as suas casas. 

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