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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O PREÇO DA ENERGIA ELÉTRICA

Imagem de http://www.manews.com.br/

Mudança de discurso: o ministro de Minas e Energia Édson Lobão, que no início de fevereiro garantia risco “zero” em relação ao baixo nível de armazenamento em muitos reservatórios do país, passou a defender, na metade do mês, a velha tese de que o consumidor deve pagar (toda) a conta. Ele argumenta: “É claro que há uma taxa mínima de risco, se as condições forem absolutamente adversas, se não vierem chuvas.” Outro comentário do ministro: “Apagão é uma coisa, desabastecimento é outra. Desabastecimento é o que esperamos que jamais ocorra no país.” Nós também.

Mas para não deixar a oportunidade em branco, entrou na pauta o déficit de R$ 5,6 bilhões da Conta do Desenvolvimento Energético (CDE), o fundo que abastece programas sociais como a tarifa social de baixa renda e o programa Luz para Todos. Se confrontado com os números do Impostômetro, o custo social não deveria ser tratado como “rombo”. Nenhuma novidade.

Em resumo, o consumidor, que após décadas pagando através de tributos específicos o investimento em hidrelétricas, mesmo depois de quitados estes investimentos (e sem receber o desconto equivalente), agora, provavelmente, terá de desembolsar a mais algo em torno de 4,6%.

Em momentos críticos (leia-se: verão) é curioso jamais entrar na pauta dos discursos (oficiais) a inserção de energias limpas na matriz energética nacional. Belo Monte, e demais hidrelétricas, ao contrário, são anunciadas como sinônimo de pujança e desenvolvimento.

Mas qual é o preço da energia elétrica?

Isso depende, basicamente, das opções de investimento durante décadas. Nos perguntamos: a inserção oficial (efetiva) de energias limpas na matriz energética brasileira acarretaria em economia para o bolso do consumidor? Num primeiro momento, talvez, com a propagação de sistemas de geração de energia descentralizados. E em fornecimento de larga escala, também, em médio e longo prazo, dependendo de uma série de fatores, entre os quais as conjunções políticas e a voracidade dos “LOBOS” do setor.


Mas nós continuamos, ao que parece, no século XX. Essa mudança, irremediável, segue tratada como mera “perfumaria.” Coisa de um futuro distante. Parece cômodo, prático, rentável. Basta acionar as termelétricas, de custo operacional ainda mais elevado, e taxar os consumidores.

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