Esta
publicação de 2002 ajuda a entender o conceito de desenvolvimento sustentável
com o qual nos deparamos hoje a todo o momento, em qualquer lugar e sob muitas
roupagens. Pela Edições IBAMA, e organizado por Marcos Nobre e Maurício de
Carvalho Amazonas, o texto aprofunda, em certo ponto demasiado retórico, na
teia de relações institucionais que culminaram na atual configuração do
conceito universal de DS.
O
conceito de desenvolvimento sustentável apareceu provavelmente em 1979, no
Simpósio das Nações Unidas sobre Inter-relações entre Recursos, Ambiente e
Desenvolvimento. Embora sejam vários, e bem explorados nesta publicação, os
pontapés iniciais para a utilização do conceito de DS. Em linhas gerais este
período marca a ruptura e um avanço, do ponto de vista institucional, da
questão ambiental no mundo.
O
movimento verde que antes focava apenas nos processos ecológicos e biológicos
de preservação dos seres vivos; ganha agora uma conotação mais abrangente e
controversa com temas como população e urbanização, política, economia, guerra,
armamentos, etc.
Deste
período até a realização da ECO-92, aprofundou-se o debate sobre alteração da
própria estrutura da demanda econômica para fins de manutenção da humanidade. E
este debate é o que temos hoje, sob diferentes matizes e correntes de
pensamento que, no entanto, podem gerar consenso em relação à questão
ambiental.
O livro
explora o conflito entre a discussão em torno de um chamado desenvolvimento
sustentável (DS) e a própria teoria, dominante, da economia neoclássica do
bem-estar (welfare economics). Conforme os fundamentos básicos da economia
neoclássica, a apropriação dos recursos não renováveis se dá sob o prisma do
utilitarismo-individualista. A questão ambiental, no entanto, ultrapassa o
âmbito do mercado, vislumbrando um tipo de ética transgeracional, a qual os
teóricos da economia neoclássica são míopes. Com desenvolvimento sustentável
deve-se ler, no final das contas, desenvolvimento para onde?
Desenvolvimento
como e para quem? Certamente não ao preço tão caro do mal-estar das gerações presentes
e futuras.
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