Pesquisas
recentes apontam que a população dos ditos países emergentes está mais
preocupada e receptiva às ações do campo socioambiental do que a população dos
ditos países ricos.
O
contato mais “intenso” com a natureza e a carência de serviços essenciais como
saneamento básico, por exemplo, podem contribuir com essa percepção das
pessoas.
No
Brasil há um ciclo de carência e de projetos e investimentos em pelo menos
cinco eixos da sustentabilidade: mobilidade urbana, energia renovável,
agroecologia, água: saneamento e controle dos recursos hídricos, destinação
correta de lixo e reciclagem.
Apesar
do discurso “VERDE” ser bastante
utilizado no meio político e empresarial, ainda nos encontramos longe de ser
vanguarda na área do meio ambiente. Um exemplo disso é o destino dado a 97% do
lixo sólido orgânico urbano do Brasil: os LIXÕES
municipais; que aumentam a poluição do solo e dos lençóis freáticos, entre
outros impactos ambientais, e não contribuem, portanto, com a sustentabilidade
num setor que bem mereceria maiores investimentos do BNDES. Estamos entre as dez piores nações em destinação correta do
lixo e saneamento básico. Ainda precisamos fazer o dever de casa,
evidentemente.
Conforme
dados do Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem) o Brasil recicla
apenas 3% do lixo sólido orgânico urbano. Importante lembrar que a (PNRS) Política Nacional de Resíduos
Sólidos, cujas diretrizes balizam os municípios nesta área, define REJEITO como os materiais em que a
possibilidade de reaproveitamento e recuperação por processos tecnológicos
disponíveis e economicamente viáveis estejam esgotados.
Vale
lembrar, também, que o prazo dado aos municípios pela PNRS para apresentação de proposta com um plano de ação para os ATERROS SANITÁRIOS se encerra em 2014.
Apesar disso, os municípios, em geral, ainda estão muito atrasados no
cumprimento desta primeira etapa, alegando falta de verbas.
BIOMASSA:
BIOENERGIA
Entre
as principais alternativas de geração de energia para os centros urbanos do
futuro está a chamada Bioenergia,
aproveitando o lixo seco (incineração: queima dos resíduos como madeira, papel,
etc.) e o lixo orgânico, composto basicamente por água, carbono e oxigênio. No
caso do lixo orgânico, para que seja aproveitado como energia, deve ser
submetido a altas temperaturas em equipamentos adequados.
Ressalva:
a geração de gases poluentes pela queima de lixo orgânico era até alguns anos
atrás, o principal impeditivo para o uso potencial, em larga escala, desta
tecnologia. Apesar disso, países como Alemanha, entre outros, já exigem, com
êxito, uma nova geração de biodigestores não poluentes, garantido a qualidade
dos gases emitidos
Foto de www.engdofuturo.com.br |
O Brasil, para a inclusão do biogás em sua
matriz energética, ainda precisa importar uma micro turbina que garante a
qualidade dos gases emitidos. Os aterros sanitários, nos quais diferente dos
lixões há um preparo do solo para evitar a contaminação do lençol freático e
dos demais recursos hídricos pelo chorume, também devem estar equipados,
conforme a (PNRS) Política Nacional de
Resíduos Sólidos, com os dispositivos não poluentes para queima de metano
para geração de energia. Outro benefício deste processo é o aproveitamento de
10% das cinzas (inertes) para asfalto ou matéria-prima para construção civil.
Lixo
orgânico não é rejeito: países da União Européia e Japão, por exemplo, já
transformam algo em torno de 50% do seu lixo orgânico em energia elétrica. Por
estas plagas, como já vimos, 97% desse tipo de lixo é encaminhado para os
poluentes lixões dos municípios, sem qualquer retorno socioambiental.
Concluímos,
portanto, que temos uma legislação razoável em muitas questões ambientais,
desde que ela seja aplicada. A sociedade civil como origem e fim do interesse público
no setor, deve informar-se e pressionar seus representantes pela expansão desta
e de outras matrizes energéticas renováveis (solar, eólica) sob pena de os APAGÕES virarem rotina, ao menos nos
próximos verões com pouca chuva e reservatórios das hidrelétricas (muito)
abaixo do nível.
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