O
amianto começou a ser utilizado no século XIX como isolamento térmico para
equipamentos, durante a Revolução Industrial, e tem o seu auge no século XX.
A exposição
ambiental a este mineral fibroso afeta principalmente os pulmões e a pleura
(membrana de revestimento do pulmão), e é causa de uma em cada três mortes por
câncer ocupacional no Brasil. Apesar disso, é praticamente nula esta informação
nos laudos médicos brasileiros do século XX, facilitando assim os interesses
econômicos advindos desta matéria-prima.
Imagem do site: www.tst.jus.br |
O município de Minaçu (Goiás) possui a maior
mina de amianto do Brasil (terceiro maior produtor mundial), administrada pela
Sama, propriedade da Eternit.
Na Itália, o suíço Stephan Schmidheiny, sócio da
Eternit Itália, foi julgado pela morte de mais de 3 mil pessoas devido à
contaminação pelo amianto, juntamente com o belga Jean-Louis Marie Ghislain de
Cartier de Marchienne, ex-sócio e falecido pouco tempo antes da sentença
inédita, que vai de 16 a
20 anos de prisão. Além disso, pesam indenizações de 30 milhões de euros para a
cidade de Casale Monferrato, que foi mais afetada, e outros 20 milhões para a
região de Piemonte.
Na América do Sul, nossos vizinhos
Uruguai, Chile e Argentina já possuem legislação proibindo a produção e uso
do amianto, juntamente com outros mais de sessenta países no mundo –
notadamente a União Europeia. Ao contrário do Brasil que tropeça em iniciativas
semelhantes.
A Organização
Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT)
denominam como “catástrofe sanitária do século XX” a gravidade do quadro
epidêmico gerado pela cadeia do amianto.
Por volta de
50% das residências no território brasileiro são cobertas por telhas com
fibrocimento com amianto. A utilização do mineral, porém, está vinculada a
cerca de 3.000 produtos ligados à construção civil e à cadeia automotiva. O
setor do amianto movimento cerca de R$ 3,1 bilhões anuais.
Alguns dos
expoentes do grupo de parlamentares e senadores goianos, a chamada Bancada da Crisotila, que procura evitar o debate
nacional, está Demóstenes Torres, o deputado Carlos Leréia e o governador
Marconi Perillo.
Estima-se que
cerca de 130 milhões de trabalhadores no mundo estejam expostos aos efeitos
cancerígenos do amianto, além de uma estatística da OMS e da OIT, que dá conta
de 107 mil trabalhadores mortos anualmente em função da exposição ao mineral.
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