Enquanto as
manifestações de rua impulsionam uma série de debates nacionais, a mobilidade urbana ganha espaço entre
PEC 37; reforma política e fiscal; educação e saúde pública. O governo brasileiro
e dirigentes da FIFA jamais imaginariam uma festa democrática em plena Copa das
Confederações.
Dilma reconhece
que o país deixou de investir em metrôs, por exemplo. Seria um bom recomeço,
depois de dez anos de governo do PT. Mas a população, ao que parece, já está farta
das siglas partidárias e das suas alianças obscenas, em prol de uma
governabilidade engessada e sempre permeável ao desvio do dinheiro público e a chaga
da corrupção.
Já fica claro, por exemplo, que a população
nas ruas tem o poder de desengavetar o armário mofado das instituições nacionais.
E que uma sociedade desenvolvida não é quando os “pobres” conseguem comprar
carro com redução de IPI e demais incentivos, e sim, quando a parcela de poder aquisitivo
mais elevado não tem vergonha de usar o transporte coletivo. Uma questão não
somente política como cultural.
A miragem do metrô de Porto Alegre, que já estava ficando novamente distante, poderá embarcar
nessa. Ou não? Será que o José Fortunati vai requerer uma fatia destes 50 bilhões
que surgiram a mais, como um passe de mágica, para o Pacto da Mobilidade Urbana?
As manifestações de rua estão fazendo milagres? Não. Apenas fazem lembrar que
todo o poder emana do povo. E que esta catarse coletiva que vivenciamos no já
histórico junho de 2013 não deve ser
abafada com medidas simbólicas, apressadas e demagógicas. Mas deve ser
combustível para o presente/futuro do país.
A mega
hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo, no seu modelo atrasado e devastador do
ponto de vista socioambiental – é outro tema
que também deveria estar sendo debatido amplamente. Assim como o investimento
em matrizes energéticas renováveis (eólica, solar e biomassa), que se trata de
uma questão estratégica em médio e longo prazo para o Brasil. Tem muita água
pra rolar!