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erra, planeta que tem ¾ de seu
território preenchido por águas, sendo 97,4% oceanos de águas salgadas, mas nas
regiões não inundadas tem sua cobertura revestida das mais variadas nuances de
cores, mas podemos destacar cinquenta
tons de verde, desde o verde brilhante das florestas tropicais pluviais
formando um denso cinturão sempre verde ao redor da linha do Equador, também o
verde escuro das florestas de coníferas nos surpreende, passando pelo verde de
tons marrons das regiões de florestas de tundras e até a parte inundada pelas
águas tem sua cor verde esmeralda, são esses tons que cativam tanto pelo
sentido grandioso e encantam tanto pelo sentido do belo. É o tempo de aproximadamente
quatro bilhões de anos desde o surgimento do Planeta, desses anos a linhagem de
hominídeos à qual pertencemos tem mais de quinze milhões de anos, mas quero
informar que há três milhões de anos que se consolidaram os traços fisionômicos
e estruturais idênticos aos homens atuais, traços que nos tornam impares entre
os primatas como o elegante andar bípede e ereto e nosso poder de consciência e
de inteligência, características especiais de responsabilidade dessa espécie
com o planeta. É importante salientar que o homem é essencialmente um ser da
floresta, esse se aventurou a deixar esse ambiente cálido do manto verde como
uma forma de se afirmar diante de sua mãe.
Esse novo filho da Mãe Terra,
essa de nome Gaia dado por esse filho
que se nomeou como Homo, nos reporta
a estória grega de relação entre filho e mãe,
isto é, o complexo de Édipo, onde nós seres humanos demonstramos um conjunto de
desejos amorosos e simultaneamente hostis com nossa mãe Natureza.
Numa relação de amor e
hostilidade esse filho que no ano de 1600 não passava de uma população de 600
milhões de irmãos sobre o seio dessa mãe, no ano de 2011 se orgulha de chegar
aos sete bilhões de irmãos, mesmo sugando de forma incontrolável todo o
alimento de sua mãe, ainda deseja e quer que essa ainda de à luz no ano de 2025
há oito bilhões de irmãos, e em 2050 chegando aos nove bilhões de irmãos e por
fim, no ano de 2070 ao número de dez bilhões de irmãos.
Mas a saúde dessa mãe como está?
Nós a desejamos ela quente, para nos saciar, e conseguimos alterar a
concentração na atmosfera de um dos gases necessários para manter a temperatura
do Planeta numa faixa habitável e claro existe a necessidade desse gás para o
vital fenômeno da fotossíntese, em prol de suas necessidades esse filho, dessa
mãe tão gentil, emitiu para a atmosfera toneladas de CO², numa tentativa de
fazer as pazes, pediu a sua mãe desculpas pelas emissões fixando o ano de 1990
como marco de suas emissões em 27,8 bilhões de toneladas, firmou esse através
de um protocolo conhecido como Kyoto, que determinou a redução das emissões
desse gás, com duração até 2012 e sabem qual o resultado? Atualmente já
ultrapassamos 35 bilhões de toneladas de CO² emitidos na atmosfera.
E além de quente queremos esse
planeta úmido e novamente esse filho desapareceu com mais de 90 % das áreas
úmidas conhecidas como banhados, afinal se continuarmos a presentear nossa Mãe
Terra, com os mesmos presentes: A contaminação e a poluição, nos diversos
estados físicos, como sólido, líquido e gasoso, seja através do lixo, dos
esgotos ou pelos escapamentos dos automóveis. Em um cenário muito próximo nem a
presenteada e menos quem presenteia irão existir no mesmo espaço de
tempo.
Continuamos tentando pedir
desculpas seja nos reunindo com a Mãe Terra em conferências ou salientando
nossos erros cometidos e pedidos de desculpas em livros como Primavera silenciosa, O futuro roubado e A urgência do presente, ou em filmes como Uma verdade inconveniente e A
última hora.
Precisamos do verde das florestas
para purificar o ar que respiramos, do verde das algas para fornecer através do
fenômeno da fotossíntese o gás oxigênio que chega a atmosfera através da
evaporação dos mares, há milhões de anos o nível de oxigênio na atmosfera a
partir do qual é permito vivermos, permanece inalterado, na ordem de 20% da
composição da atmosfera, caso essa concentração aumentar para uma ordem
hipotética de 25%, considerando a propriedade comburente desse gás, nosso manto
verde junto com demais seres vivos seriam consumidos pelo fogo e caso a
concentração desse gás caísse para uma ordem de 15% estaríamos todos nós
inconscientes.
Vivemos em um país como nome de
árvore, o quase extinto pau-brasil de uma região quase desaparecida do mapa
brasileiro a Mata Atlântica, tudo isso nos reporta diretamente ao verde,
afinal, maior parte da bandeira nacional é da cor verde, 40% do território
nacional é de floresta amazônica. Mas o verde está perdendo seus tons, dados da
Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que 25% do território brasileiro
estão sujeito à desertificação. Com a doença da Mãe Terra que se agrava a cada
dia, hoje todas as formas de vidas existentes e conhecidas estão com sua
sobrevivência ameaçada.
No ano de 2009 o dia 22 de abril Dia mundial da Terra, transformou-se no Dia da Mãe Terra, que ao invés de apenas
uma data de atividades pontuais que se una há outras datas como o 5 de junho Dia mundial do Meio Ambiente e Dia Nacional da Ecologia , seja o marco
inicial de recuperar os tons de verde da
natureza.
AUTOR: Eduardo de Almeida - Ambientalista,
Biólogo, Professor, Palestrante
Muito obrigado pela publicação do meu texto.
ResponderExcluirOlá professor! Não há o que agradecer, sinta-se sempre em casa!
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