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Dia
11 de março, no Japão, o protesto antinuclear convocado por uma plataforma de ONGs
e agrupamentos cívicos lembrou os três anos do acidente na Central de Fukushima,
provocado por um terremoto, causando mortes e consequências ambientais ainda
não completamente quantificadas. O protesto seguiu do parque Hibya até a sede
do Parlamento Japonês.
A
crise está longe de ser resolvida, e países como Alemanha já reconheceram a
aposta equivocada na geração de energia atômica. Desde o acidente em Fukushima,
o país europeu já desativou 7 de suas usinas nucleares e aumentou a importação
de gás dos russos.
Esta questão, certamente, interfere em
assuntos como as sanções que o Ocidente pretende impor à Rússia em relação à
crise da Ucrânia, por exemplo. Sendo 40% do gás da Alemanha fornecido pela
Rússia, parte de um comércio bilateral de cerca de US$ 106 bilhões, a retórica sobre
sanções dificilmente avançará um determinado limite, apesar do apelo da
comunidade internacional capitaneado pelos Estados Unidos.
Segue
uma breve retrospectiva dos desdobramentos pouco divulgados de vazamentos de
água radioativa somente entre final de 2013 e início deste ano.
Novembro de 2013
Na
metade de novembro de 2013 foi noticiado um novo vazamento na central nuclear
de Fukushima, com índice considerado elevado. A Tokyo Electric Power (Tepco), empresa que administra a central
nuclear de Fukushima, anunciou que pretende demitir mil funcionários dentro de
um programa voluntário para reduzir gastos, em troca de uma ajuda financeira
adicional do governo.
19.11.2013
A
Tepco anuncia que finalizou, sem incidentes, o segundo dia da retirada de
combustível nuclear da piscina do reator 4. A operação visou a retirada de 1.533 pacotes
de barras de urânio e de plutônio armazenados.
21.11.2013
Concluída
a remoção dos primeiros bastões de combustível que estavam em um tanque de
resfriamento de um reator danificado. A Tepco ainda terá de retirar outras 1,5
mil peças potencialmente danificadas.
Dezembro de 2013
Novo vazamento de 1,8 toneladas de água
radioativa é detectado em Fukushima, através de rachaduras nas barreiras que rodeiam
os tanques para armazenar líquido contaminado. A operadora (Tepco) acredita que
não há riscos de chegar ao oceano.
Janeiro de 2014
Uma
equipe de cientistas nucleares do Japão pretende criar um derretimento
controlado de um reator nuclear como forma de tentar aprender a lidar com
futuros desastres como o de 2011.
A
Agencia de Energia Atômica do Japão declarou que está trabalhando em um projeto
usando uma versão em escala reduzida de um reator, e que criará,
deliberadamente, um mau funcionamento no mesmo centro de pesquisa, em Ibaraki,
ao norte de Tóquio.
Fevereiro de 2014
Outro
vazamento de mais de cem toneladas de água radioativa em um tanque que, segundo
a Tepco, não chegou ao mar. Mas como saber a verdadeira situação e quanta água
radioativa pode estar escorrendo para o mar?
Março de 2014
Em
meio aos protestos antinucleares, e após três anos do acidente, repórteres
tiveram acesso ao local pela primeira vez, sem evidenciar qualquer tipo de
progresso nas tarefas de controlar os danos causados. Nos arredores da Central
Nuclear, ainda há uma área proibida ao público devido aos altos índices de
radioatividade. Milhares de pessoas trabalham construindo tanques para proteger
a água contaminada. Apesar disso, as dezenas de milhares de pessoas desalojadas
de suas residências não têm notícias promissoras e é provável que jamais voltem
para as suas casas.